Dia a dia

Há cerca de um mês passei a ser usuária diária de metrô e trem. O metrô é um inferno. Abarrotado. E me disseram que eu escapo da pior parte por descer antes da mais odiada estação da história das manhãs (Brás). No caso do trem, como pego o contra-fluxo, não tenho o que reclamar sobre super-população.

Mas este texto não é somente sobre a diferença de quantidade de gente entre os dois... Apesar de serem ambos veículos que necessitam de trilhos, eles não poderiam ser mais diferentes. A velocidade é um mero detalhe entre essas diferenças. Um fato interessante é que, como os trens têm intervalo maiores entre um e outro, você acaba sempre encontrando as mesmas pessoas. E as pessoas que andam de trem são menos ranzinzas que no metrô (não sei pq, mas são).

Ainda sobre as pessoas, dia desses vi algo inusitado. Estava na estação, esperando o próximo trem e tinha um senhor sentado... O velhinho simplesmente estava "sintonizando" uma rádio... Cantava músicas antigas, dava notícias, informava a hora certa sem olhar no relógio... Achei, no mínimo, engraçado, mas de um jeito bonitinho...

Outra coisa é a "paisagem"... No trem, eu passo pelo Memorial do Imigrante e, quase todos os dias, a Maria Fumaça está, tipo, soltando fumaça, mesmo sem ter trilhos para andar. Nesse trecho do caminho há tb vários vagões de trens antigos, de várias épocas - além dessa Maria Fumaça que tem acoplados o vagão correio, vagão leito e a segunda classe - e eu me divirto todos os dias vendo esse pedaço da minha própria história.

Logicamente há outras coisas no caminho, como os cães de guarda na beira das estações para evitar que pessoas entrem sem pagar, mas dizem que tudo é uma questão de como você enxerga as coisas... Eu, meio poliana, vejo o carinho que os guardas têm com eles...