terça-feira, novembro 21, 2006

Meu cachorro

Olá pessoas!!!

Quase duas semanas depois da partida da minha Binha, a dor ainda persiste, mas não tão aguda... Ainda choro às vezes, me pego esperando que ela apareça atrás do sofá, que venha pedir o frango que eu estava desfiando ou o miolo do meu abacaxi... Mas consigo lembrar de alguns momentos sem cair em prantos. Algumas pessoas me dizem para arrumar outro bichinho o mais rápido possível, mas acho que preciso absorver a dor primeiro...

Semana passada, a Jú, minha amiga todas as horas, me disse para não ler a Vejinha em hipótese alguma... Comentei aqui em casa e descobri o que era... Era a crônica do Walcyr Carrasco... Tentei me controlar e não ler, mas, como todos aqui em casa acabaram lendo, resolvi ler também... O meu talento para escrever é nulo comparado ao dele... E ele descreveu maravilhosamente o que se passou comigo nos dias antes da morte da Baby... Ao que parece ele tocou muitos outros donos de bichinhos pois essa crônica é a nova campeã de cartas em todos os tempos da Vejinha. Segue o texto...



Meu cachorro


Meu cachorro está doente. É um husky e tem 14 anos. Dizem os conhecedores da raça que 12 anos é o tempo normal de vida. Mas sempre tive esperança de que fosse muito além. A mãe viveu até os 17. Seu nome é Uno. Não é muito comum, mas tem um motivo. Meu irmão e minha cunhada, há muitos anos, resolveram montar um canil em Campinas. Só de huskies. Compraram macho e fêmea de uma linhagem gloriosa. O avô, importado do Canadá, foi até capa de revista especializada. Registraram o canil. Alimentaram o casal, deram vacinas e prepararam-se para fazer fortuna. Logo uma ninhada estaria a caminho. Meu irmão fez as contas. Na época, o husky era muito valorizado. Com um certo número de cãezinhos, teria um bom lucro!

- Serão dez, onze? - sonhava minha cunhada Bia.

Nasceu um. Sim, um somente! Ganhou o nome de Uno, e me foi dado de presente. A grana ficou na imaginação.

Uno me acompanha desde então, em várias fases da minha vida. Até no desemprego! Cheguei a escrever crônicas para uma revista canina usando seu nome e sua foto. Também um livro infanto-juvenil, Mordidas que Podem Ser Beijos, em que é o protagonista. Muita coisa inventei. Mas não sua mania de fugir de casa. Quando morei numa chácara na Granja Viana, Uno escalava o alambrado com a agilidade de um gato. Assim são os huskies, um tanto felinos. Disparava até o lago e fugia com um pato entre os dentes. Eu que me visse às voltas com a direção do condomínio - donos são para quebrar o galho, devem pensar os cachorros. Escondia-se na reserva florestal e só voltava ao entardecer, com o estômago cheio!

Um terror, o meu cachorro! Duas vezes, bravamente, capturou ouriços. Dezenas de espinhos penetraram seu pêlo. Entraram em sua boca. Eu nunca vira um espinho de ouriço. É duro, pontudo! Impressionante. Fiquei a seu lado enquanto o veterinário arrancava um por um.

Mudei para a cidade. Meu cachorro envelheceu e passa longas horas deitado a meu lado vendo televisão. Deve achar um absurdo tantos tiros, beijos, lágrimas e juras de amor. Gosta de, simplesmente, ficar do meu lado. Ao olhá-lo, tenho uma sensação de conforto. Às vezes se levanta, bota a cabeça nas minhas pernas e eu coço suas orelhas. Sua boca se estica. Tenho a impressão de que é um sorriso.

Há algum tempo começou a ficar doente. Ainda parece saudável. Seu pêlo castanho brilha. Mas surge uma coisa aqui, outra ali. Toma remédio para o coração. Laxantes. Chega a uivar baixinho - huskies não latem.

É a terceira vez que o envio ao veterinário em duas semanas. Agora, nem conseguia ficar em pé, de tão frágil. Sinto angústia só de pensar em sua imensa solidão, longe do tapete onde costuma dormir, sendo picado, mal comendo e, principalmente, sem alguém que lhe acaricie o pêlo. A doença deve ser um mistério para ele mesmo.

O amor de um cão é incondicional. Vejo mendigos na rua acompanhados de cachorros esquálidos que não os abandonam e até os protegem nas noites escuras. Vejo crianças a quem o cão ajuda a conhecer o afeto. Eu sei que meu cachorro está partindo. Se não for agora será daqui a semanas ou meses, pois uma coisa vira outra, e outra. Ou ele não conseguirá resistir ou chegará a um ponto em que terei de dar um nó no coração e abreviar seu sofrimento. Eu tenho de resistir e fazer o melhor. Coçar sua barriga e falar palavras docemente. E, se puder, quando chegar a hora, colocá-lo em meu colo e dizer quanto o amo.

Quando me sentei diante do computador, queria escrever linhas engraçadas, repletas de bom humor. Foi impossível. Meu sentimento falou mais alto. Quem já amou um cão entende minha dor.

(Walcyr Carrasco, Veja São Paulo, 15/11/2006)

quinta-feira, novembro 09, 2006

Minha vida sem mim...

Não sei se já tinha comentado aqui no blog, mas tenho verdadeira loucura por cachorros... Especialmente por uma, a Babi... Ah a Babi... Poodle branca e gordinha, que outro dia quase me deixou doente quando foi "passear" sozinha na rua, companheira por 14 anos, paixão da minha vida, não se encontra mais entre nós... Assim quietinha, deitadinha e quentinha no canto dela, foi pro céu...

E deixou uma porção de gente desolada... Hoje estamos todos de olhos inchados... Não consigo parar de chorar... Eu sempre soube que ela não viveria para sempre, mas não queria pensar em como seria quando ela se fosse...

Desculpem a pobreza do texto... Mas precisa registrar aqui a minha dor pela morte de alguém que eu amo muito!!! Me sinto justamente como escrevi no título... Como se estivesse vivendo minha vida sem mim...

sexta-feira, novembro 03, 2006

Futebol

Como estão de feriado? O meu está bem parado, mas ontem fiz algo diferente (pelo menos para mim)... Fui a um jogo de futebol, no Morumbi. Claro que eu já tinha ido a um estádio antes (aliás, a três, o próprio Morumbi, o Pacaembu e o estádio ao lado do Ginásio do Ibirapuera), mas nunca para assistir um jogo de futebol, só shows.

O jogo foi São Paulo e Ponte Preta... Tudo começou quando o Luciano, o namorado são-paulino, viu que ia ter um jogo em pleno feriado... Ele falou com o Vinicius, o irmão são-paulino, que gostou da idéia... Daí a arrastar as duas namoradas corinthianas foi um pulo. Para completar, tinha um ingresso extra que acabou com o Evandro, um dos meninos aqui da rua.

Amanhece o dia do jogo... Chovendo!!! Quem disse que chuva pára homem que vai ver futebol? Lá fomos os 5... No caminho, parou de chover (o Lu diz que na Penha chove demais, mas isso é uma calúnia rs) e, depois de uma hora procurando estacionamento, entramos no estádio... Confesso que é muito diferente de quando se vai a um show... Nem parece o mesmo lugar... Deve ser por causa da área em volta do campo que é razoavelmente grande... Ficamos pertinho do campo, o Rogério até chutou a bola na fileira da frente em um lance...

O clima é contagiante e, mesmo não sendo torcedora de nenhum dos times (aliás, nem costumo gritar quando assisto qualquer esporte, fico tensa, mordo a boca, as pelinhas das unhas...), não gritei muito, mas foi legal ver como a cada vez que a bola passava a 15 metros do gol aquele bando de marmanjo gritava "uuuuuuuhhh"... Claro que eu não tenho água gelada no lugar de sangue e vibrei quando o Aloísio fez gol (anulado) e Robério empatou o jogo num pênalti (que dizem ter sido ilegal)...