Com trato
Aceito esse homem num fuso-horário particular. Aceito essa mulher que não pára o relógio. Aceito esse homem na madrugada, discutindo a condição humana. Aceito essa mulher com insônia na alma. Aceito esse homem no balé de emoções. Aceito essa mulher com sua análise semanal, questões cruciais e dores emprestadas. Aceito esse homem com sua carência infernal. Aceito essa mulher e sua independência guerreada.
Aceito esse homem a dificuldade para as mudanças. Aceito a facilidade mudanças que dança sozinha, no quarto, diariamente, com uma platéia imaginaria. Aceito a dificuldade para mudanças. A facilidade para mudanças. Aceito o braço dele envolvendo minhas costas. Aceito as mãos dela, longe, mas ao alcance. Aceito o sono pesado. Aceito a estante bagunçada e os livros que ela não empresta. Aceito esse homem com olhar que não me solta, o olhar que me cerca e espreme. Aceito o olhar disfarçado. Aceito os cachorros. Aceito o jardim dela, as flores com nome, o regador amigo-íntimo e as árvores imaginarias.
Aceito as músicas cantaroladas de Maria Rita, durante o longo dia. Aceito a doçura. Aceito os olhinhos puxados. Aceitos as polêmicas propositais. Aceito o teatro. Aceito o cinema também. Aceito o mau-humor adocicado. Aceito toda sua política, toda militância. Aceito os cigarros dela, dele. Aceito o teu leite de madrugada. Aceito os porres permitidos. Aceito o banheiro molhado. Aceito os travesseiros dela. Aceito a casa de dois andares, enquanto te amo num apartamento alheio. Aceito a Índia dela, e o Egito também. Aceito a família. Aceito os beijos que perseguem. Aceito o tato, contato. Aceito nossa briga cruel, as palavras escolhidas e o perdão discreto. Aceito a falta de crença. Aceito o excesso de poemas. Aceito o homem dia e noite. Aceito essa mulher no dia-a-dia.
Aceito esse homem a dificuldade para as mudanças. Aceito a facilidade mudanças que dança sozinha, no quarto, diariamente, com uma platéia imaginaria. Aceito a dificuldade para mudanças. A facilidade para mudanças. Aceito o braço dele envolvendo minhas costas. Aceito as mãos dela, longe, mas ao alcance. Aceito o sono pesado. Aceito a estante bagunçada e os livros que ela não empresta. Aceito esse homem com olhar que não me solta, o olhar que me cerca e espreme. Aceito o olhar disfarçado. Aceito os cachorros. Aceito o jardim dela, as flores com nome, o regador amigo-íntimo e as árvores imaginarias.
Aceito as músicas cantaroladas de Maria Rita, durante o longo dia. Aceito a doçura. Aceito os olhinhos puxados. Aceitos as polêmicas propositais. Aceito o teatro. Aceito o cinema também. Aceito o mau-humor adocicado. Aceito toda sua política, toda militância. Aceito os cigarros dela, dele. Aceito o teu leite de madrugada. Aceito os porres permitidos. Aceito o banheiro molhado. Aceito os travesseiros dela. Aceito a casa de dois andares, enquanto te amo num apartamento alheio. Aceito a Índia dela, e o Egito também. Aceito a família. Aceito os beijos que perseguem. Aceito o tato, contato. Aceito nossa briga cruel, as palavras escolhidas e o perdão discreto. Aceito a falta de crença. Aceito o excesso de poemas. Aceito o homem dia e noite. Aceito essa mulher no dia-a-dia.
(Autor desconhecido)
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