sexta-feira, setembro 19, 2008

Versos

Rubaiyat
(Omar Khayyam)

A vida passa. O que resta de Bagdad e Balk?
A aragem mais leve é fatal à rosa já desabrochada.
Bebe o vinho, e contempla a lua:
lembra-te das civilizações que ela já viu morrer.

Ouve o que a Sabedoria diz todos os dias:
A vida é breve.
Não te esqueças, não és como certas plantas
que rebrotam depois de cortadas.

Mestres e sábios morreram
sem se entenderem sobre o Ser e o Não Ser.
Nós, ignorantes, vamos apanhar as tenras uvas;
que os grandes homens se regalem com as passas.

O meu nascimento não aumentou o Universo,
nem a minha morte lhe fanará o esplendor.
Ninguém me dirá por quê vim ao mundo,
ou porquê um dia irei embora.

Iremos nos perder na estrada do amor,
e o destino nos pisará, indiferente.
Vem, menina, taça encantada, dá-me de beber
em teus lábios, antes que eu me torne pó...

Um comentário:

Lulu on the sky disse...

Lindo texto.
Big Beijos