quarta-feira, julho 18, 2007

Energia

Todos os anos, o governo anuncia que o apagão está descartado por mais x anos... Obviamente nos lembramos do que aconteceu em 2001, quando tivemos que cumprir cotas de energia e viver sobre o risco de um blackout iminente. Desde então, busca-se alternativas para equivaler o consumo e a produção de energia elétrica. Tratando-se do país com grande potencial hidrelétrico, eólico, solar e de marés, não acredito que haja justificativa para construção de novas usinas nucleares... Aparentemente tem gente que pensa diferente...

Foi aprovado o projeto de construção de Angra 3 e, dizem, as obras vão começar este ano. A previsão é de sete anos para a construção, a um custo de R$ 7,5 bilhões e de 1350 MW de potência. Vale destacar que, com o dinheiro previsto (usinas nucleares sempre estouram orçamentos e prazos) para construir Angra 3, seria possível instalar no Brasil um parque de turbinas eólicas com o dobro da potência prevista para essa nova usina, gerar 32 vezes mais empregos, sem produzir lixo radioativo ou trazer risco de acidentes graves e num prazo muito menor - entre 1 e 2 anos.

Como já previu o Escriba (daonde tirei algumas informações do post), muita gente pode dizer que o Brasil está atrasado, que os países desenvolvidos têm muitas usinas. Realmente eles têm, mas desde o acidente com Chernobyl, observa-se uma tendência à desativação das que estão ficando obsoletas... Além disso, a energia nuclear não é renovável. Quando "acaba a validade" de uma usina, sobra uma construção obsoleta e lixo nuclear (que vai ter que ser cuidado para sempre)...

Anteontem mesmo, houve dois terremotos no Japão e um incêndio afetou a central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa - a maior do mundo-, situada próxima do epicentro do tremor, causando o vazamento de água com restos de material radioativo e um possível vazamento de material armazenado... É verdade que não temos terremotos por aqui, mas se os japoneses que são tão organizados tiveram esse problema, imagina aqui...

Obs: Quer uma visão mais completa e muito mais crítica? O Greenpeace tem.

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